O síndrome da estenose lombar é uma condição geralmente adquirida e frequentemente de origem degenerativa que é diagnosticada se o quadro apresenta estas 2 características:
- Clínica de claudicação neurogénica e/ou dor radicular
- Estenose lombar verificada radiologicamente ou anatomicamente (cirurgicamente)
Se o 2º ponto é verificado de forma objectiva (arbitrária ou não), a apresentação clínica é o primeiro passo para o seu diagnóstico e é o passo mais subjectivo e sujeito à arte e conhecimento do médico. Há no entanto características da história clínica e do exame físico que aumentam e diminuem a probabilidade de o doente ter estenose lombar, e são essas que devemos procurar activamente uma vez que nos ajudam a tomar decisões clínicas (entre parêntesis estão os seus valores preditivos positivos (VPP)):
- Idade > 70 anos (VPP 2.0)
- Ter doença ortopédica co-morbida (VPP 2.0)
- Dor bilateral nas nádegas ou pernas (VPP 6.3)
- Dor desaparece quando está sentado (VPP 7.4)
- Sensação de queimadura nas nádegas ou priapismo intermitente com a marcha (VPP 7.2)
- Melhoria da dor com flexão do tronco (VPP 6.4)
- Claudicação neurogénica (VPP 3.7)
- Dor melhora quando se senta (VPP 3.3)
- Dor exacerbada quando está de pé (VPP 2.3)
- Distúrbios urinários (VPP 6.9)
- Adormecimento perineal (VPP 3.7)
- Adormecimento plantar bilateral (VPP 2.2)
- Marcha de passos alargados (VPP 13)
- Teste de Romberg anormal (VPP 4.2)
- Défice da sensação vibratória (VPP 2.8)
- Défice da sensação de picada (VPP 2.5)
- Fraqueza (VPP 2.1)
- Ausência do reflexo aquiliano (VPP 2.1)
Como se deve excluir patologia arterial periférica deve-se testar a circulação periférica; como se deve excluir patologia radicular, deve-se fazer testes de irritação radicular, como o teste de Lasegue (straight leg raising).
